O COTIDIANO E O COLOQUIAL EM CORA CORALINA: “POEMAS DOS BECOS DE GOIÁS E ESTÓRIAS MAIS”

Resumo

Esta pesquisa analisou a maneira pela qual os temas da realidade e do cotidiano, a partir de uma linguagem coloquial, são retratados na obra “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”, de Cora Coralina, identificando e apontando esses temas em sua primeira publicação literária.

Desde a mocidade, o autor desta pesquisa já se identificava com determinadas escritoras, como Cora Coralina, cuja leitura o colocava ainda mais em chão goiano, visto que a linguagem dela possuía um estilo pessoal que relatava situações do cotidiano e circunstâncias ocorridas na vida de muitas pessoas.

Neste estudo analisamos a linguagem coloquial e de temas do cotidiano na obra “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” cujo interesse nasce e justifica-se em dois universos: o da poesia, ao qual o pesquisador assume um lugar de fala enquanto um simples escritor e admirador de Cora Coralina, e o do contexto, pelo fato de também ser goiano, assim como a ilustre autora da obra analisada.

Cora Coralina, poetisa de chão goiano, é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas (1889-1985). Nascida na cidade de Goiás, antiga capital goiana, em 20 de agosto de 1889, teve uma trajetória literária peculiar, não se filiando a nenhuma corrente literária de forma específica, conforme nos aponta Camargo (2002, apud, MARTINS, 2015).

De acordo com Martins (2015), o diferencial de Cora Coralina, a narração em forma de poesia, traz informações sobre a vida da autora e, ao mesmo tempo, a realidade de parte do povo brasileiro. Sua estilística, ou seja, seu estilo, não foi considerado comum, ao unir e até ampliar o gênero narrativo-poético, ao contar sua história e contar fatos na estrutura de poesia (MARTINS, 2015).

A autora supracitada alega que a linguagem em Cora Coralina é simples, clara e espontânea, e mostra a história em uma perspectiva diferente: o dia a dia, os valores, as crenças, os costumes e as tradições de um povo expostos por meio literário, exaltando elementos do seu próprio cotidiano.