OS EFEITOS DA ATENÇÃO HOLÍSTICA DE ENFERMAGEM ÀS GESTANTES USUÁRIAS DE ÁLCOOL E DROGAS: REVISÃO DA LITERATURA
Resumo
O uso, o abuso e a dependência de drogas, são comportamentos capazes de causar danos físicos graves tanto para a mãe quanto para a criança, sendo assim uma questão de grande preocupação para as diversas instituições e esferas da sociedade (COUTINHO et al., 2014). No período gestacional, o uso de drogas não é recomendado em nenhuma dose ou quantidade, porém, algumas gestantes ao descobrirem a gravidez não tem a mudança de hábitos necessária para aquele período, colocando em risco sua vida e a do feto, e os motivos mencionados são diversos, como problemas psicológicos, dificuldades em abandonar o uso, dificuldades financeiras, gestação não desejada, problemas de relacionamentos e a desinformação (CAIRES, 2017). A exposição da mãe e do feto às drogas é preocupante, já que o abuso dessas substâncias acarreta consequências em curto, médio e longo prazos, e é um dos fatores de risco durante a gestação, caracterizando-a como gravidez de alto risco e requerendo assim maior assistência por parte dos diversos profissionais envolvidos nesse processo de mudanças biopsicossociais da mulher e desenvolvimento fetal (LIMA et al., 2021). A utilização do álcool, droga lícita legalizada e de fácil acesso, não é recomendada para mulheres que estejam no período gestacional, por não existir doses seguras para o binômio mãe-filho. Os danos ao feto variam de acordo com o trimestre gestacional, quantidade consumida, capacidade metabólica materna e fetal, dentre outros (CAIRES, 2017). O tabaco está incluso no grupo das drogas de natureza lícita, e seu consumo também acarreta um grande número de consequências maternas, como gravidez ectópica, quando o embrião resultante da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, se adere e começa a se desenvolver fora da cavidade uterina, local correto onde deveria se fixar, descolamento prematuro de placenta, ruptura das membranas, placenta pérvia e aborto; e consequências fetais, como problemas no desenvolvimento neurológico, prematuridade, baixo peso ao nascer, hipóxia fetal e retardo do crescimento intrauterino devido ao efeito vasoconstritor da nicotina, substância presente no cigarro que atravessa a placenta reduzindo o fluxo sanguíneo para o feto (SILVA et al., 2020). Em relação as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack, estas atuam no sistema cardiovascular da gestante levando a hiperestimulação adrenérgica e vasoconstrição, ou seja, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial, fazendo com que o fluxo sanguíneo para a placenta diminua (COUTINHO et al., 2014). Além disso, outras consequências como déficits cognitivos e malformações fetais podem ser observadas (LIMA et al., 2021). No primeiro trimestre da gestação há um maior risco de anomalias físicas; no segundo trimestre há um aumento no risco de abortos; e no terceiro trimestre pode ocorrer a diminuição do crescimento fetal. Uma das consequências mais graves é a Síndrome Alcóolica Fetal caracterizada com anomalias craniofaciais, deficiência de crescimento e disfunção do sistema nervoso central (SILVA et al., 2020). JUSTIFICATIVA:
O consumo de álcool e drogas é um grande problema no Brasil e o número de gestantes usuárias vem aumentando consideravelmente, além disso esse uso interfere significativamente no desenvolvimento gestacional, colocando em risco a vida da mãe e do filho (LIMA et al., 2021). O atendimento holístico para essas mulheres pode representar uma estratégia eficaz de prevenção do uso de álcool e outras drogas durante a gestação. Todavia, a enfermagem encontra desafios para a captação dessas mulheres. Portanto, o estudo da atuação da enfermagem com foco na prevenção do uso de álcool e drogas durante a gestação se mostra de extrema importância para a prevenção destes agravos, podendo assim contribuir para o melhor desfecho para o binômio mãe-filho, já que essas substâncias atravessam livremente a barreira placentária, além de desencadear uma série de outros problemas de saúde e sociais, sendo prejudicial a ambos (SILVA et al., 2020). Com isso, a elaboração de estudos sobre a assistência de enfermagem às gestantes usuárias pode fornecer novos subsídios para a atuação da enfermagem, favorecendo a melhora na captação, criação de vínculo e o atendimento a essa mulher, reduzindo assim o uso de álcool e drogas durante a gestação e prevenindo os agravos à sua saúde e à a saúde do filho (SILVA et al., 2020). OBJETIVO GERAL: evidenciar que a assistência de enfermagem holística pode contribuir para a prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas em gestantes e assim contribuir para a saúde do binômio mãe-filho. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: identificar as principais condutas do enfermeiro na assistência a gestantes usuárias de álcool e drogas; descrever a importância da assistência de enfermagem a gestantes usuárias de álcool e drogas no período do pré-natal; mostrar os benefícios de não utilizar drogas lícitas e ilícitas durante a gestação; apontar os principais programas de saúde pública em que a enfermagem pode atuar com a gestante dependente de drogas.
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