Civilização e higiene: das práticas corporais as intervenções urbanas

Abstract

Este artigo visa compreender o processo de civilização que evidencia as relações interdependentes entre estruturas sociais e estruturas de personalidade aqui representadas por práticas corporais e intervenções urbanas. A idéia central de civilidade mostra que o processo civilizador é um continuum ainda em andamento, que apresenta sinais de perversão dados por um automatismo enraizado e às vezes embrutecedor, que afasta as pessoas dessa sensibilidade até então perseguida. Paradoxalmente, as estruturas de personalidade transformadas por sensibilidades afiadas e autocontrole - que inicialmente promoveram uma abordagem ainda não experimentada pelas pessoas - foram tão radicalizadas e perseguidas que provocaram cortes sangrentos no tecido social.