Há passos a tornar as ciências sociais globais? O campo, as propostas e as práticas
Palavras-chave:
Teoria social., Globalização., Complexidade., Pós-colonialismo., Universalismo., Relativismo.Resumo
Ao transformar o mundo, os processos de globalização colocaram as ciências sociais sob stress. Várias vozes, principalmente do chamado 'Sul', reivindicam uma revisão radical – quando não uma rejeição total - das ciências sociais (ocidentais). Tornou-se evidente que o conjunto de ferramentas, de conceitos e métodos herdados da modernidade parece incapaz de compreender a complexidade e a variedade das experiências sociais atuais e das formas de conhecer o mundo, moldadas por uma pluralidade de vozes, interesses e tradições históricas. A tomada de consciência da pluralidade de perspetivas diferentes que caracterizam as ciências sociais para lá da sua formulação clássico-ocidental está a criar um campo que parece dividir as próprias ciências sociais em duas direções opostas. Este capítulo propõe uma forma de navegar por esse campo. Por um lado, parte desse campo tenta recuperar a base sólida de um conhecimento científico compartilhado, superando a diversidade e a particularidade, seguindo uma definição rigorosa de ferramentas metodológicas e conceituais que podem ajudar a fundar uma compreensão universalista renovada da complexidade das sociedades atuais. Por outro lado, outra parte relevante das ciências sociais parece render-se à inevitabilidade do conhecimento parcial, instável e tendencioso. O campo criado por essas duas partes levanta a questão de saber se a diferença entre elas é realmente intransponível. A questão está a tornar-se alvo de um campo de estudos considerável e frequentemente conflituantes. Além de ilustrar a lógica das diferentes posições, argumentamos que a integração dos atuais estudos académicos sobre o conteúdo "teórico e metodológico" das ciências sociais só pode ser possível através de uma reflexão crítica sobre as "práticas" reais de fazer ciências sociais.
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