A PRESENÇA DA PSICANÁLISE NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: UMA ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA.
Palavras-chave:
psicanálise e universidade;, estudos sobre a universidade;, formação em psicologia.Resumo
A presença da Psicanálise na universidade sempre foi tema de intensos debates dentro e fora do espaço universitário, tendo o próprio Freud discorrido especialmente sobre o assunto desde 1919. Atualmente, no Brasil, discute-se não mais a possibilidade de conjugação entre psicanálise e universidade, visto que tal articulação se apresenta como realidade incontestável, mas, sim, a forma como se dá tal interseção. Este artigo tem como objetivo descrever, com base em artigos publicados no Brasil na plataforma virtual SciELO, como tem-se configurado a presença da psicanálise no contexto brasileiro universitário, com base em um estudo bibliométrico. Objetiva também reafirmar sua importância na formação acadêmica, sobretudo nos cursos de graduação em Psicologia. Inicialmente, foi feita uma busca com as palavras-chave psicanálise e universidade. Foram selecionados 60 trabalhos publicados, entre 1998 e 2018, dos quais 32 dizem respeito à conjunção psicanálise e universidade, foco deste trabalho, enquanto os demais utilizaram a psicanálise apenas como referencial para análise e interpretação de fenômenos diversos, como, por exemplo, desistência e permanência de docentes do curso de física. O exame preliminar aos 60 artigos iniciais evidenciou uma pluralidade de áreas com as quais a psicanálise faz interseção, destacando-se, além da Psicologia, as áreas de Educação e Medicina, o que ressalta a pertinência e atualidade da discussão sobre ensino e transmissão da psicanálise na formação universitária, não apenas em cursos de psicologia. No que concerne especificamente a cursos de psicologia, a análise dos 32 artigos parece demonstrar a importância e a incidência dos trabalhos supervisionados na clínica-escola para a produção de pesquisas em, e não apenas sobre, psicanálise. No Brasil, de modo geral, a psicanálise entra na universidade de modo esporádico e não sistematizado antes mesmo da abertura dos cursos de psicologia, nas faculdades de medicina. Com o surgimento dos cursos de psicologia, pode-se inferir que essa presença se fortalece. Paradoxalmente, porém, essa presença e importância na formação graduada e, consequentemente, pós-graduada contrastam com a invisibilização do campo psicanalítico no âmbito das instâncias de gestão e representação universitária, já destacado em investigação anterior. Tal invisibilidade não deve ser atribuída tão somente a agentes externos ao campo psicanalítico, devendo antes ser explorada internamente.
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